quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ficar sem...

Como é possível ficar sem?
Ficar sem você?
Sem sua voz?
Sem a chuva, sem o sol?
Sem o ar, sem o alimento?
Ficar sem o cheiro, sem o toque?

Sem o abraço, sem o chamado, sem o prazer?
Ficar sem o dia, sem a noite?
Sem o branco ou sem o preto. Sem o sim ou sem o não.
Sem o chegar ou o sair.
Sem o acorde, sem o tom.
Sem a chegada ou a saída.
Como é possível ficar sem doce, sem graça, sem gosto?

Ficar sem é ficar com a ausência.

O que dói.

Não sei quando vou aprender a suportar essa ausência.

TELAS PROJETIVAS

A tela é a mesma. 
Velha conhecida.
Sempre a mesma.
A mudança ocorre, 
quando ocorre, 
no que é projetado nela.
A escolha é minha?
O que escolho para projetar nessa tela?
É comédia?
É drama?
Terror?
Suspense?
Ficção??
E eu gosto do que projeto?
Sei que posso mudar o que é projetado. 
Eu quero? Eu sei?
Quais são as minhas telas projetivas? E as suas?

Chorando no Campo
Lobão


A chuva cai chorando
E o meu amor vai e vem
No céu, no chão
A rede vai e vai levando...
A noite além da noite
Me faz lembrar o que eu não vivi
Toda essa história esse segredo
Memórias num vendaval...
Pela estrada enquanto eu passo
O cinema é só ilusão
Vou chorando pelo campo
No meio do temporal...
A chuva dá saudades
De um lugar que eu nunca fui
E o vento vai soprando
Um choro tão, distante
Pela estrada enquanto eu passo
O cinema é só ilusão
Vou chorando pelo campo
No meio do temporal.
Deste temporal...